“Boitéis” lotados
Estiagem obriga pecuaristas a buscarem alternativa para não contabilizar prejuízos
Os produtores de gado já conhecem o chamado “boitel”, o hotel de confinamento para boi de corte, que nasceu há cerca de três anos na região Centro-Oeste do Brasil. A novidade é que os proprietários desses estabelecimentos estão rindo à toa: seus pátios estão lotados desde fevereiro.
Acostumados a receber grandes quantidades de cabeças entre os meses de maio e junho, no pico da seca, esses empresários estão antecipando a engorda da conta bancária, pois este ano os pecuaristas se viram obrigados a procurar pelo serviço mais cedo. E o motivo é bem simples: a estiagem que acomete as principais regiões produtoras do país (São Paulo, Goiás e Mato Grosso) está afetando a produção e já causa prejuízos.
Assim, os boitéis são a saída encontrada pelos produtores, que pagam uma taxa fixa por dia, cerca de R$ 6 (média de 180 ao mês), para custear o manejo (manutenção do local, alimentação e saúde do boi).
Esses estabelecimentos existem principalmente em Goiás, Tocantins, Moto Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Além de cobrar pela estadia do animal, o empresário também recebe um percentual em cima do valor da arroba após a venda.
Se por um lado essa alternativa pode ser mais lucrativa para o pecuarista – já que o gado fica pronto em 100 dias, e engorda de seis a oito arrobas nesse período –, por outro, é ainda mais vantajoso para os donos dos hotéis.
Está aí uma boa oportunidade de negócio, mas que também pode trazer algumas consequências para o mercado. Assunto do post de amanhã!