Monitoramento do céu

Arriar o cavalo e percorrer as divisas para saber se está tudo bem. Esse costume antigo de verificação da propriedade e da plantação pode estar com os dias contados. Isso porque, em breve, os olhos do dono vão ganhar asas e percorrer o céu dos campos, e a coleta de informação no meio rural vai sofrer fortes mudanças.

Estão chegando ao mercado os drones, pequenos robôs que voam. Eles são controlados do chão e podem carregar uma ou mais câmeras que transmitem informações e imagens em tempo real. Um verdadeiro espião, que será aliado do produtor que trabalha com agricultura de precisão, que poderá ver de cima tudo o que acontece na sua propriedade.

A Embrapa, em São Paulo, por exemplo, já faz testes de um drone desenvolvido pelo laboratório de robótica da USP, para produção de aparelhos e aplicativos. Estudo que pode popularizar o objeto em alguns anos.

Isso significa que o produtor rural vai ter que começar a se familiarizar com um nível de tecnologia cada vez mais avançado. Hoje, já existem colheitadeiras e tratores computadorizados, caminhões com carrocerias e caçambas automatizadas, assim como sistemas de pulverização e irrigação automáticos. Equipamentos que exigem cada vez mais treinamento e capacitação do produtor. E a introdução dos drones na agricultura vai exigir que o trabalhador rural esteja pronto para operar e entender tecnologias ainda mais avançadas.

Em contra partida – afinal, isso requer investimento –, o equipamento pode contribuir e muito com o dia-a-dia de grandes produtores, pois será usado para fazer trabalhos de forma mais rápida e econômica: medições de propriedades e limites, confrontação de divisas, levantamento de nascentes, reservas ecológicas e legais, além de facilitar o monitoramento da plantação, das floradas, a evolução do plantio e da colheita.

Está aí uma boa oportunidade de negócio para o produtor rural, e também um anúncio de que é hora de se acostumar com essa nova tecnologia, que é real e promete vir com tudo, e em curto prazo.