Chuva e variação de preço

Interrupção da estiagem em MG, SP e PR movimentaram o mercado e o preço do café sofreu variações

As chuvas que caíram em Minas Gerais, no interior de São Paulo e em algumas regiões do Paraná nos últimos 10 dias levaram um pouco de esperança para os produtores brasileiros de café, que sofriam desde o final do ao passado com a estiagem.

Isso porque o ciclo de chuva, além de trazer um certo ânimo para o mercado, provoca uma revisão dos números (pessimistas até então, como vimos no Especial publicado há uma semana) e uma mudança de discurso.

Especialistas e cafeicultores que esperavam uma safra muito ruim para este ano, passaram a enxergar uma luz no fim do túnel, e começam a acreditar que as perdas não serão tão grandes quanto se imaginava.

Mesmo com um volume de água pouco generoso, há quem diga que o efeito pessimista era muito maior do que se previa, e que não faltará tanta mercadoria quanto era esperado. Acontece que, quando há um ciclo de informações pessimistas abafado por um de notícias otimistas, é natural que o mercado reaja fazendo movimento de gangorra. Ou seja, o preço sobre e desce sem parar.

Mas o que a água que caiu nas últimas semanas provocou de concreto na lavoura, além de molhar o solo? Apenas bagunçou o preço, literalmente!

Assim, efetivamente, as chuvas são bem-vindas, é claro, pois elas trazem um momento de esperança e otimismo para o mercado. Mas dizer que elas foram ou serão capazes de recuperar o estrago que a seca fez, é um discurso que fica só no campo da especulação.

Dessa forma, a estratégia mais sadia é vender aos poucos.

Foto: Mgoncalles